DIARIO DE BORDO
GIRO DAS CAPITAIS – Belo Horizonte/MG, Vitoria/ES e Rio de Janeiro/RJ.
As 4h do dia 25/12/2020 comecei o giro das capitais. Foram visitadas algumas capitais do sudeste, antigas e atuais, e terminou em 01/01/2021, as 15h30. Foram percorridos aproximadamente, 1750km, com cerca de 25500m de ganho de elevação. Muitas serras, sol, chuva, pedal noturno. Pedal solo, e na autossuficiência.
Belo Horizonte, Capital de MG
Vitoria – Capital do ES
Rio de janeiro – Capital do RJ
Ouro Preto MG – Antiga capital da província de MG
Mariana MG – Primeira capital de MG
Niterói RJ – Antiga capital do RJ
Dia 1. Divinópolis MG x Mariana MG – 235km
As 4h de 25/12/2020 sai com destino a Belo Horizonte. Depois de uma rápida passagem pela Praça da Estação, segui pela BR356 com destino a Ouro Preto e em seguida, Mariana. Pouco ante de Ouro Preto, cerca de 8km, a viagem foi debaixo de muita chuva. Feito o registro fotográfico na Praça Tiradentes foi hora de seguir para Mariana, ainda debaixo de chuva. Depois de comer e descansar, veio o dilema, seguir para Ponte nova, com chuva ou pernoitar em Mariana. A segunda opção aprovada pela “maioria”. rsrsrs
Dia 2. Mariana MG x Realeza MG – 190km
De Mariana a Ponte Nova vão cerca de 70 km, com altimetria bem concentrada. Aquilo exigiu um grande esforça, uma vez que sempre estava subindo. Chegando em Ponte Nova, contornei a cidade, sem adentrar o perímetro urbano, e mais subidas. Passei por algumas cidades pequenas, até que finalmente cheguei à BR262. Dali era seguir até Vitoria. Já estava noite quando cheguei a Realeza, ainda em MG, local da segunda noite. Esse dia, o pedal rendeu somente 180km.
Dia 3. Realeza MG x Domingo Martins ES – 220km
A BR 262 é muito acidentada, com varias serras e subidas pesadas em sequência. Alguns trechos com descidas que podem chegar a 50km. Cheguei em Domingos Martins a noite, depois de descer muito também. Depois de achar um hotel para pernoitar, foi hora de comer, pra no outro dia chegar em Vitoria.
Dia 4. Domingos Martins ES x Vitoria ES x Morro do Coco (Campos do Goytacazes RJ) – 260km
Depois de passar por Viana, e finalmente chegar em Vitoria, foi hora de seguir sentido ao Rio de janeiro, pela BR 101. Passei por Guarapari, local para uma parada rápida, em uma dessas barracas para tomar agua de coco. Encontrei com um primo de um amigo que estava de férias em Guarapari. Conversamos e depois segui meu caminho, pela BR101. Cruzei a divisa ES / RJ e pernoitei em Morro do Coco, um distrito de Campos dos Goitacazes RJ. Por mais maluca que possa ser sua viagem, sua trajetória, vc sempre terá alguém interessado e curioso para saber detalhes. Nesse dia, me hospedei no Hotel Silva. Depois de um banho, desci para comer algo, e de repente me vi no meio de uma roda, em que as pessoas perguntavam de tudo. De onde vem, pra onde vai, se está só, se furar um pneu, como que faz. E por aí vai.
Dia 5. Morro do Coco (Gampos dos Goytacazes RJ x Itaborai RJ) – 270km
Sempre saia por volta das 4h da manhã. Então o café não tinha. IA comer alguma coisa por volta das 7h, quando encontrava algum estabelecimento aberto. Isso já dava pra ter rodado algo em torno de 50km em media. A BR 101 é um estrada muito bem conservada, com acostamento generoso e com varias cidades ao longo. Lembro de ter conhecido alguns ciclistas no caminho, conversamos, e tive companhia por alguns quilômetros. Veio a chuva, como já estava na tocada, foi muito bom pra esfriar o motor. A noitinha cheguei a Itaborai RJ. Novamente procurei um lugar para pernoitar e seguir no dia seguinte.
Dia 6. Itaborai RJ x Rio de Janeiro RJ x Juiz de Fora MG – 250km
Cruzar a baia de Guanabara de barca foi uma experiencia muito legal. Sempre ouvimos falar dela, mas estar la era muito diferente. Antes, passei pelo centro de Niteroi. Me impressionou os prédios antigos, alguns históricos outros não. Depois de chegar ao Rio de janeiro, fui até a praia de Botafogo. O Rio , realmente, é lindo. Não tem igual. Depois segui para Duque de Caxias, pela avenida Brasil, e de cara enfrentei um engarrafamento gigante. Quando finalmente, peguei a BR040, fou hora de fazer força. A serra de Petrópolis é algo sem igual. Lugar muito bonito. A rodovia por sua vez, é bem desafiadora. Mas com um pouco de paciente e bom animo, vencemos. Afinal foram 21km, morro acima. Até que finalmente cheguei a divisa RJ / MG. Por incrível que pareça, quando se entra em MG a estrada dá um salto, mostra que estamos nas montanhas. Já anoite, me hospedei no Ibis, depois de comer e restabelecer, foi hora de descansar.
Dia 7. Juiz de Fora MG x São Tiago MG – 210 km
Na BR 040, o relevo já mostrou que iriamos subir muito. Depois de comer, como nos dias anteriores, foi hora de trocar pneu seguir. Passei pela cidade de Santos Dumont MG e vi uma réplica do primeiro avião a sair do chão, o 14 Bis. Muito legal. Não poderia passar despercebido. Finalmente cheguei a Barbacena. Cidade com suas igrejas históricas. Dali cheguei em São Joao del Rei, passando por Barroso. Novamente a chuva foi companheira de viagem. A tardezinha cheguei em SJ del rei, e fui procurar um lugar para comer. Tive que comprar lanterna com pilha, por que iria enfrentar estrada a noitve e não teria onde carregar a lanterna. As que eu tinha era recarregáveis, tipo USB. Dali cheguei até São Tiago. Depois de procurar um lugar para pernoitar, bora comer e descansar para finalmente chegar em casa de novo.
Dia 8. São Tiago MG x Divinópolis MG – 140 km
São Tiago é terra do biscoito, e dessa vez eu não perdi o café. Srsrsr Como faltava pouco para chegar em casa , novamente, resolvi sair um pouco mais tarde. A BR 494 é um tobogã gigante que judia muito do ciclista. Quando finalmente chequei em Oliveira e avistei a placa dizendo que Divinopolis estava a 65km, eu pensei “estou em casa”. Essa viagem foi muito interessante. Foi planejada com cerca de 8 meses de antecedência. Dias seguidos de pedais, com bagagem na bike, pedal solo, pode ser muito desgastante. Mas chegar em casa novamente não tem preço. Cheguei em casa novamente, por volta das 15h.
Ajudamos pessoas ao longo da caminhada. Depois de ter saído de Juiz de Fora no dia 7, por volta das 6h, passei por um caminhão parado a beira da rodovia. Eu gritei “Bora Motor”, e o motorista disse de volta “o caminhão não deixa”. Na realidade o caminhão estava bloqueado e o telefone dele não dava sinal. Depois de ter parado para comer e fazer uma troca e pneu, esse mesmo motorista se sentou do meu lado, e disse que o telefone dele não pegava. De imediato ofereci o meu. Ele ligou na central e consegui desbloquear o caminhão e seguir viagem.
Em outra oportunidade na serra de Petrópolis, pude perceber o momento exato, eu que um jeep, parado numa daquelas áreas de refugio estava descendo de ré. O seu condutor havia parado o carro, sem contudo, deixa-lo engrenado. Com isso o carro começou a descer de ré, sem que o seu condutor percebesse. Quando percebi a gravidade da situação voltei de imediato e ajudei a segurar o carro, para que não acontecesse algo pior.
No centro do Rio de Janeiro, no dia do meu aniversario, uma pessoa me abordou e perguntou se poderia pregar a palavra para mim. Como era meu aniversario, eu considerei aquilo um presente. Ouvi atentamente, despedi, agradeci e segui meu caminho. E assim vamos chegando a lugares que antes julgávamos como sendo algo impensável de se fazer.
De acordo com o Livro de Timóteo Cap 4. Versículo 7. Combati o bom combate. Terminei a carreira. Guardei a fé.
Mais uma vez Deus me trouxe de volta pra casa.
Mesmo tendo passado por vários perrengues, você ainda pensa em fazer outras viagens de bike.